30 de mar. de 2016

Beijos Molhados










Beijos molhados 
Lambuzados de orvalho, 
Minhas mãos em seus seios, 
Madrugada vadia, 
Minhas pernas entrelaçadas, 
Com suas pernas embaralhadas. 
A respiração ofegante, 
O gosto de vinho, 
Tinto e rascante, 
Janelas abertas 
É tão doce o pecado. 
Rasgar sua blusa, 
Libertar os seus seios, 
Espremê-los de anseios, 
O seu ventre suado, 
Me chama, me aquece, 
O seu cheiro, o seu cheiro... 
Me embriaga e enlouquece. 
A lua enxerida 
Nos espiona, é claro! 
Abafar seus gemidos 
Com um beijo, meus lábios, 
Ocupar os espaços, 
É tão forte o abraço, 
Olhar nos seus olhos, 
Perceber o delírio, 
Perceber as narinas, 
Dilatadas, desejos... 
Deixar gravado em seu corpo 
Minhas marcas, meu nome, 
Nos seus ouvidos segredos, 
Coisas bem indecentes. 
Uma parte de você diz não! 
Mas a outra se entrega, 
Não nega que gosta! 
De me sentir abusado 
Por todos os cantos e lados, 
Pois eu sou o veneno 
Que alimenta o seu corpo, 
Pois sou eu quem sacia 
A sua inquietude tamanha, 
Pois só assim você se aquieta, 
Adormece, sonha 
E esquece a esta dor.



Naldo Velho


©



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