29 de abr. de 2016

Masturbação









Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam - correm
e voltam sem cessar
e então são os meus
já os teus dedos
e são meus dedos
já a tua boca
que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo - conduzo
pensando em tua boca
Ardência funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios
que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma



Maria Tereza Horta


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Mimosa Boca Errante








Mimosa boca errante
à superfície até achar o ponto
em que te apraz colher o fruto em fogo
que não será comido mas fruído
até se lhe esgotar o sumo cálido
e ele deixar-te, ou o deixares, flácido,
mas rorejando a baba de delicias
que fruto e boca se permitem, dádiva.

Boca mimosa e sábia,
impaciente de sugar e clausurar
inteiro, em ti, o talo rígido
mas varado de gozo ao confinar-se
no limitado espaço que ofereçes
a seu volume e jato apaixonados,
como podes tornar-te, assim aberta,
recurvo céu infindo e sepultura?

Mimosa boca e santa,
que devagar vais desfolhando a liquida
espuma do prazer em rito mudo,
lenta-lambente-lambilusamente
ligada à forma ereta qual fossem
a boca o próprio fruto, e o fruto a boca,
oh, chega, chega, chega de beber-me,
de matar-me, e, na morte, de viver-me.

Já sei a eternidade: é puro orgasmo.



Carlos Drummond de Andrade



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26 de abr. de 2016

De-va-gar ... D e v a g a ri n h o...









Perto dele, a sexualidade é uma caixa que explode. 

Não conto tempo, não economizo calor e não caibo nas roupas. 

Não há resistência.

Sou dona do desejo e da vida. Faria sexo por horas. 

Migraria de motel em motel, rasgaria a pele, publicaria a nudez.

Perto dele, incêndios são comuns.




Érica de Paula


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24 de abr. de 2016

Potranca









Essa mulher,
me enlouquece,
me deixa tesado
e ao mesmo tempo,
ela me enternece
e me faz enamorado.

Que fêmea monumental,
rosto lindo, corpo escultural,
jeitinho maroto e sensual.
Sinto que ela sabe que bagunça
com as minhas fantasias...
Com o meu emocional.

Quando ela passa
insinuante, provocante,
repleta de doce graça,
simulando não me ver,
me enfeitiça ainda mais,
me inebriando de prazer.

Ela não anda,
ela passeia, baila,
parece até volitar.
Ela caminhando
é a coisa mais linda,
que o olhar pode avistar.

Ao lhe espreitar,
não há um só homem
que se aquiete,
que não se agite e excite.
Nem uma só mulher,
que não a inveje e a imite.

Um dia, vou ter essa moça
para mim, vou endeusá-la,
em um altar colocá-la,
transbordá-la de emoção,
transformá-la no meu amor
e no meu parquinho de diversão.


Antônio Poeta


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Mea Culpa







não vou para o céu
pequei por prazer por vontade
fá-lo-ia mil vezes sem me arrepender
sem me curvar às igrejas
aos que se julgam melhores que os outros
proclamam-se santos 
e são podres


Líria Porto


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23 de abr. de 2016

Quero









Quero que você penetre minha alma, coma meu corpo e engula minha essência… 
Que me mate de tanto gozar. Quero estremecer nos seus braços só pelo contato da sua língua nas minhas partes mais íntimas, para te mostrar toda minha paixão. Quero ter o domínio do seu prazer dentro de mim e sentir todos os líquidos do seu corpo me mostrarem o quanto você me quer. Quero ficar encharcada neles e transbordar em todos os sentidos de prazer que possam existir. Quero muito mais que o seu corpo em uma linguagem gestual,  quero seu desejo através do seu olhar faminto. Quero seu pensamento em sintonia com as gotas que insistem em cair em súplicas de dor e angústia, misturadas com  as brutalidades de amor que só nós conhecemos…


Cris Coelho


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20 de abr. de 2016

Nos teus lençóis










Noite de amor ardente
Corpos segredando meus desejos
Suados, famintos, cansados
Poetando sinfonias de prazer

Dedilhando tua geografia
Vivendo as alucinantes fantasias...
Sons indescritíveis e lascivos
Alimento da minha euforia

Mãos desobedientes e tão atrevidas
Tua língua e minha boca, entrega louca...
Meu homem amante, safado, tarado
Fez-me tua, a mulher que sou!

Dia de paixão latente
Corpos eloquentes se entrelaçam
Dentes, unhas, saliva
Proseando com as curvas do teu sexo

Desbravando teu interior selvagem
Padecendo em realidade inebriante
Gemidos desesperados, incontidos
Teu éter me resgata da minha sanidade

Dedos ávidos por teus segredos
Minha boca e teu seio, como anseio...
Minha amazona em chamas, faceira, arteira
Fez-me poeta em teu corpo, o homem em teus lençóis!   


Dueto @rozelimesquit & @Fabio_Piva


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19 de abr. de 2016

Insanos










—>  Não pare, não pare… disse ela tremendo, afundando em meu corpo suas unhas afiadas. Seus lábios mordidos, gemiam…
Seu corpo começou involuntariamente a tremer. Eu não parei, e forcei mais. E cada vez mais forte. Meu corpo ia e vinha sem compasso certo, ora mais forte, ora mais fraco. Por vezes me deixei ficar, pulsando. Seu corpo então se mexia. Eu ajudava ao não largar meu peso, deixava seu quadril solto. Que se roçava acintosamente em mim. Sua língua lambia meu peito e nossos corpos um roçar absoluto de pêlos e pele. Ela gemia, sorria, chorava. E tremia cada vez mais, não existiam mais espaços entre nossos corpos, apenas grunhidos, gemidos, cheiros, impulsos… parecia em transe, berrava, se contorcia mais, gemia...
—>  Não pare agora, continuou dizendo, em sussurros
—>  Não pare agora, não pare, não pare, não pare mais….assim, assim… a voz cada vez mais fraca… Repetia. Os olhos fechados, ofegante. Seu corpo encharcado em espasmos, se retesava, escorriam suores…
Eu continuei, te provocando mais prazeres, te continuando mais desejos e sensações. E eu ia, cada vez mais forte, cada vez mais fundo, cada vez mais dentro, cada vez mais rijo, cada vez mais e mais...



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Gozo...








E ela dizendo baixinho,
por favor não pare, não pare, não deixe acabar…
Suas unhas riscavam minha pele,
como garras de leoa faminta,
prendendo em seu corpo
a presa favorita,
Mais, mais, assim, não pare, assim……

seu rosto suava, seu corpo tremia, se deixava.
Se mexia cada vez mais rápido,
sem compasso certo.

eu quero, eu quero. Assim, mais, mais, vai, vai
Seus dentes trincavam seus lábios. 
sua mão puxava o lençol, descontrole
Mais forte, mais forte, mais, mais…
Seus seios firmes, rijos se roçando em meu peito,
com gosto, com vontade.
Não, não, sim, ai assim, não….a…ai
Seu corpo tremia, chorava e sorria.
A boca procurava meu pescoço.
Os olhos fechavam e abriam, como não vendo.
isso, isso, assim, mais. Mais, mais, sim, sim...

Gemidos, espasmos, tremores, uivos de fêmea
as mãos escorregam de leve do meu corpo.
Relaxa.
Seu sexo me prende, me cola, eu continuo
De repente um silencio, a respiração mais forte.
No seu rosto suado, um sorriso…



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16 de abr. de 2016

Posse










Ah!
Você chegou
Tomou posse do meu coração
De todo o meu eu
Pensante...Vazante...
Irreal...Virtual

Vem...
Desvenda meus segredos
Faz meu amor um carinho...
Me toque devagarzinho
Do jeito que sabe me amar
Mas não opõe resistência
E deixa-me te abraçar!
Igual ao mar quando
Abraça a areia
Levando e trazendo
A espuma de sal
O sal do desejo
Com seu sabor
Seu cheiro de amor!
Do ir e vir
Tal qual o mar
Abraçando a areia
Beijando-a com amor
Assim como eu a ti

Vem meu amor!
Traz para mim os teus braços
Vem amor...
Tal qual o mar abraçando a areia...
No vai e vem do meu
Amor...



Thais Arrighi

Prazer e Vontade










Entra no meu corpo...
Nada de você sem mim ,
Nada de mim sem você...
Somos um...
Prazer e Vontade....
Sedução...
Teu calor em minha pele...
O gozo percorrendo nossos corpos suados 
Exaustos,
Sedentos de quero mais.



Laura Madama


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Dedos do silêncio










Vem…
Me toma à beira da noite,
caminha por mim
com seus passos molhados,
despeja seu rio no meu cálice
– pois minha emoção é só água.

Vem…
Que eu lhe dou um trago
deste meu vinho guardado,
destas minhas uvas
frescas de inverno…
Que eu derramo em gotas meu perfume
pelos quatro cantos do seu corpo,
vestindo sua pele com a camurça
da nudez e do silêncio.

Vem…
Deita e me canta,
sente meu desejo
se esgueirando pelos seus dedos,
veleja sem bússola
pelos meus sentidos,
me olha como quem pede lua…

Deixa eu sussurrar minhas folhas,
soprar minhas pétalas
pelo seu peito de relva,
pelo seu solo macio.
Vem… Não volta,
esquece a hora morta
do cotidiano de sempre.
Me toca feito música
e deixa eu cantar meu bolero
pelas suas curvas de carne…

Sinto-me inocência
passeando por suas alturas,
por seus andares cheios
da mais noturna noite densa.

Desvenda essa face molhada
e me mostra a sua vertente original
de emoção-fêmea pura…
Que eu o espero na branca paz
do meu ventre adormecido,
dos meus braços plenos
de fogueiras e cantigas.

Vem…
Que eu desfolho
toda essa sua vontade nua,
que eu desperto
todo esse seu lado cigano…
pois o meu leite é morno
e é rosa franca meu sorriso.
Deixa seu barco
navegar pelo meu leito,
que eu carrego no peito a ânsia
de hastear a bandeira do infinito…

Vem…
Deita… Me namora…
Me afoga no espelho de luz
dessa madrugada afora,
me diz que no nosso tempo
não há tempo nem hora,
que eu não agüento
a flor do sexo que arde
nas entranhas de mim…

Deixa que eu amanheça
na espuma dessa sua onda quente,
deixa sua emoção fluir
da garganta num repente…
Que eu carrego nos olhos de relento
a voz que lhe pede a terra
e que lhe entrega o mar.


Rosy Feros


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Orgasmo










Sexo
adorável
palavra
Ato
delicioso
incansável
Corpo
curvas derrapantes
maravilhoso
Você
estou condenada
você é a culpada
De desejos ardentes
Noite gelada
Inverno na madrugada
Parece verão
Corpo febril
Culpa da paixão
Seu rosto infantil
Sorrindo
Não pare…
Estou quase atingindo.


Liz Christine


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13 de abr. de 2016

Sensual Kiss - RadioHead





Feliz Dia do Beijo :-}{-:

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Poema 69










Quando meus lábios tocam os lábios teus
Sinto fremir teu corpo em ânsia louca
E enquanto os sorvo tu procura os meus,
E não os encontra, pois os lábios

Onde estão os meus,
Não são os lábios da tua boca!
São sucções recíprocas 
São fricções ardentes
São atritos de mucosas 
São secreções serosas
São humores quentes
A exalarem teu perfume de mulher.

É o gostoso cheiro de fêmea no cio,
Que enlouquece, inebria, dá quebranto.
É um licor do céu, é um néctar macio,
Das delícias da vida o mais doce encanto;
Dos prazeres deste mundo o mais divinal 
E por isto deve ser no Paraíso igual!

E enquanto nos sugamos mutuamente
Cada vez mais o gozo delicia
Enquanto não nos cobre de umidades;

Pois este líquido a sede não sacia
Até que inunde tudo num "dilúvio final"
Que surge deste sublime embate
Entre o oral e o genital.



Raymundo Silveira


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Uma Dama ou Uma Puta










Entre olhares à mesa
sou mulher, sou uma deusa
tenho a classe dos nobres
e os desejos sufocados no coração.
Sou uma dama na mesa
que quer ali se deitar,
jogar-me entre as taças,
como quero me entregar!
Não sou só dama,
sou corpo que arde
sou bicho que quer amar!
Ser uma puta na cama,
com as pernas abertas
onde espera você chegar!
Como uma mulher animal
instinto solto, visceral,
quero a transa na cama
e o desejo entregue...
Se sou dama ou puta,
sou mulher a desejar,
sou corpo molhado,
sou o sexo a latejar!
Quero a transa mais louca,
me arrastar em seu corpo
e jorrar em sua boca!
Se sou puta ou dama,
sou a mulher que
quer muito te dar.
Meu corpo cheio de desejo,
quer logo se despir
das coisas puras ou certas
quer o prazer do meu corpo
ao te entrelaçar!
Pois antes de tudo,
sou puro TESÃO,
sou ALMA e sou também
CORAÇÃO.


Nubia Cardoso



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11 de abr. de 2016

Sabor Musical










Tua voz… 
Um sussurro, uma brisa vibrante a eletrizar meus sentidos…
Adormecidos!
O som dos teus lábios a amaciar as palavras aos meus ouvidos…
Antes ensurdecidos…

Tua respiração melódica, descompassada,
Rege em mim… Sinfonia de prazer.
A voz que acaricia, agredindo o meu pudor…
Agora a fenecer.

Um convite ensurdecedor que me faz delirar…
Em cada palavra expressa mais um grau…
De intenso calor.
Busco memórias de algum autocontrole,
Barreiras, inutilmente, eu tento levantar.
Tua presença atrevida ressoa com malícia…
Um perfumado e envolvente sabor.

Impõe-te como a brisa, como a chuva de verão…
Revigora-me esta liquidez de teu sopro.
Tão fresco e livre… Irresistível!… Como a paixão.
Tão quente e úmido, quanto o calor do teu corpo…
Que me desprende vapores… Ebulição!
E a fervura célere de minha contradição…

Com a deliciosa música sensual de tua voz,
Caço em mim resistências, e sou atroz…
Vou percorrendo meu intimo…
Agora buscando lembranças de propriedades iguais,
Mas nada existe antes e talvez, assim, não exista jamais!

Teu encanto faz dançar a serpente dos meus desejos…
Tua serpente envenena os meus, mais ardilosos, medos.
As sensações que me tomam fecundam meus devaneios…

Vou compondo o teu corpo, junto a mim entrelaçado,
Com notas destes teus sons que vão a me descompor…
Ora entrega!… Ora oposição!…
A continência lúgubre do passado…
Tomada e devastada por um salteador.
Eis a coragem!… Despeço-me da covardia!
Cativada e vencida. Entregue a cálida harmonia….
Vou me deixando levar pelo som e pelo sabor.

Aconchegada em teu peito como semente a germinar,
Em teu abraço envolvida como à água a me acariciar.
Transmutas o meu passado, guia-me ao meu próprio ser…
Me destruo! Me recrio! Mais completa a renascer.

Dentro de tua boca a banhar-me de prazer,
Deitada sobre tua língua a admirar o teu céu,
Contando estrelas sem mais me conter
Espalhando sementes de frutos doces e sonoros ao léu,
Ávida por tuas palavras que aguçam a fome de um corpo inteiro.
Marcada por lasciva música, sem mais haver dissonância…
Um momento, uma lembrança…
Talvez apenas… Um devaneio…



Isabel Batista


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Mistério










O mistério começa do joelho para cima.
O mistério começa do umbigo para baixo
      e nunca termina.



Affonso Romano de Sant'Anna


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8 de abr. de 2016

Beth Hart - Caught Out In The Rain






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No conjugar amor









Descobrimos coisas 
      que ninguém mais sabe

Coisas diversas do saber comum.

      A transfusão que existe no beijar
      quando a ternura é líquida

      E a transparência 
      opaca
      do suor
      quando o amor é feito

      E o jeito que nos fica
      de namorar o corpo

      E o exagero em tudo que se diz
      nas juras repetidas

Descobrimos coisas
      que ninguém mais sabe
      e que aprendemos juntos.



Manuela Amaral


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6 de abr. de 2016

ΣNIGMA - Principles Of Lust







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Pés










Pés que se bronzeiam
pés dourado queimado
pés com cor e...cheiro de mel

pés com cor e cheiro de desejo
pés de pecado
pés que querem
pés que desejam
pés que a ti
querem... percorrer
percorrer ... a percorrer...

Por teus caminhos
Que são os meus,
Caminhos de sedução,
Que meus pés conhecem
Caminhos que meus pés
Querem, somente,
a ti percorrer!



Marici Bross


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Sexo Virtual






 Como que se possível fosse...
Como se possível é
Assim te deixar louca
Rouca de desejos
Beijos.

Se a imaginação não existisse..
O coração não sentiria
O pulso não pulsaria
E os dedos, ávidos de desejos
Delineasse as curvas,
Os gestos, no teclado
Noite a dentro.

Vadios de nós...
Nos lençóis virtuais
Amar o não visto
Dos gemidos dados
Ouvidos ao longe
Oceanos a dentro.

E nós, desse jeito...
Sem jeito algum
Procurando um jeito de
Se conquistar
Conquistar-se.

E nós reinventando a roda.....
Nos beijos, desejos,
Vontades sem fim.
Como que se fosse possível
Matar todas as sedes
Desse nosso sentir.

Sexo Virtual?

Onde?



Ivaldo Gomes


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2 de abr. de 2016

Deep in you - TAWK



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Teu Corpo Dança









Teu Corpo Dança
Com música ritmada e lenta
Teu corpo generoso dança,
Curvas insinuantes, pernas torneadas semi-abertas...
Teu sutiã vermelho, formato meia taça,
Esconde e aperta os seios... E que seios!
Que acompanham o ritmo da nossa respiração.
A cintura fina, delineada, em formato violão,
Parecem apoios esculpidos pras minhas mãos!
Mãos claras deslizam pelo corpo
Apresentando tuas curvas, tamanha tentação...
Braços longos as levam pra brincar
Na pele macia feito seda, arrepiada de tesão!
Teus quadris largos e generosos não se encabulam
E em movimentos circulares, deslizam pelo salão,
Suportados por pernas longas, que sobre saltos
Tomam de assalto, taquicardia no coração...
Seu rosto emoldurado pelos negros cabelos
É a imagem da santidade e devassidão.
Teus lábios grossos, carnudos, se entreabrem
Num sorriso vermelho escuro, pintado em batom,
Que compartilha sua vontade de beijos e de paixão!
Dançam as coxas grossas no ritmo de seu ventre
Num abre e fecha harmonioso completando a sedução.
Me encara, olhos nos olhos, morde os lábios, provoca,
Convida-me pra que dentro dela encontre a inspiração!




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Sob o Chuveiro Amar









Sob o chuveiro amar, sabão e beijos,
ou na banheira amar, de água vestidos,
amor escorregante, foge, prende-se,
torna a fugir, água nos olhos, bocas,
dança, navegação, mergulho, chuva,
essa espuma nos ventres, a brancura
triangular do sexo — é água, esperma,
é amor se esvaindo, ou nos tornamos fontes?



Carlos Drummond de Andrade



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1 de abr. de 2016

Meu corpo em tuas mãos









Sinto em meu corpo suas mãos
seus dedos entre meus pelos
me causando uma explosão
fazendo-me sussurrar meus apelos.

Seguro seu rosto com carinho
e lhe puxo com amor pelos cabelos
me enrosco contigo em nosso ninho
e aperto cada vez mais nossos elos.

Sinto o teu perfume de fêmea
e fico com o corpo enlouquecido
é minha eterna alma gêmea
e sem você sou pobre e perdido

Seus lábios passeiam em minha pele
e minhas mãos desbravam seu ser
espero que por prazer e gozo apele
para a tua alegria e ternura conhecer.

Acaricio você por dentro e por fora
e a faço gemer de felicidade
a surpreendo a toda hora
com carinho e afetividade.

E em meus passeios em si
quando mergulho em seus olhos
me sinto em meio a muricis
distante de todos abrolhos.



Rick Steindorfer



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Lascividade









Tiras a roupa
Peça à peça
Num strip-tease sensual
Eu, como vouyer,
Observo-te
Meu desejo
Engrandece
E eu padeço

Uma dança lânguida
E demorada
Tu me deixas
Alucinado…
Cada vez mais,
Apaixonado

Avanço sobre ti
Como predador
Ante à presa
Quero sorver-te sem pressa!

Tua pele adocicada
Atiça meu paladar
Minha língua ansiosa
Vai à procura
Da gruta preciosa

Tu gemes de prazer
Quero somente em ti
Acontecer-me…



Denise Severgnini



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