15 de nov. de 2015


DJ Artak & Samvel feat. Sone Silver - I Feel Your Body




Caixa Torácica





Com o fio da poesia transparente a nos unir
Rascunho dentro de nuvens
Do Atlântico cruzamos com o inesperado
Inflando a arte de azul

Na ponta do verso aponta a flecha 
O olho é arco em alto-mar 
O alvo a imensidão aberta
O sol se pondo na íris a tardar

Enquanto a noite engole o azul 
Vermelho o amor dança na areia 
Na fricção da pele 
Estrofes marítimas

Não há rima 
Mas há ritmo na liberdade das línguas

Manda chamar alguém que tenha as chaves da tua caixa torácica 
Alimentando as batidas dos próximos poemas que vir
Somando nossos pedacinhos úmidos nas estrofes

Águardendo nos poros subaquáticos de vida.
...

Rai Blue &  Natacia Araújo


©

9 de nov. de 2015

Quando estás vestida




Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.

(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.

Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.

Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.

Teus exíguos
– Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos –
Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!

Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!
Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.

Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.

Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu’alma
Nua, nua, nua…

Manuel Bandeira

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8 de nov. de 2015

Inspiração




Poledance para dançarinas amadoras.


Poledance não é uma atividade reservada somente para "strippers", puro preconceito. Serve para dançarinas amadoras, que tenham qualquer outra profissão na sociedade.

Why I Dance from Why I Dance Film on Vimeo.

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Carnaval






Éramos nós Dani, Fê, Carla e eu Ana, gostávamos de carnaval, de um sambinha, de pegar praia, Dani era a casada do grupo, loira, olhos azuis e baixinha, Fê era uma linda negra, por onde andava chamava atenção, namorava e parecia que o casamento rolaria naquele ano, Carla era a doida que pintava os cabelos de rosa, era clarinha e também fofinha, namorava uma menina, e eu morena dos olhos puxados, alta 1,78, cabelos lisos que batiam no meio das costas, todas namoravam, menos eu, que sozinha ia levando a vida. A amizade vinha desde os tempos de faculdade, a gente aprontava, sempre grudadas, eu que apresentei o marido de Dani, um sujeito muito do bem, fazem um lindo par, nós temos um elo, ligamos quando estamos tristes, comemoramos nossos aniversários, a gente se vê no shopping, tomamos um café ou almoçamos juntas.
Àquele carnaval faríamos o de sempre: marcamos uma praia e depois almoçamos no Botafogo shopping, lá é tão lindo, tem um elevador panorâmico com a vista da orla do rio, e o almoço uma perfeição lagarto recheado, arroz com castanhas, maionese com ervas finas. A praia uma delícia, no Leme, lugar mais calmo da aglomeração, eu amo o mar, tem uma energia tão sublime, esse calor, o sol, a água limpinha, dava pra ver os peixinhos, sentia uma sensação gostosa dos meus pés na água, na areia, o céu tão azul, eu mergulhava e sentia aquela água fresquinha, e nadava até onde dava, ficava ali sozinha espreitando minhas amigas, um dia perfeito mesmo, na areia a nossa amizade, uma brincando com a outra, mexendo com a Machadão da Carla, a gente só brincava assim porque tínhamos intimidade, se metendo no cerimonial da Fê, falando mil coisas que não poderia faltar: a banda tal, o serviço de tal Buffet, excitadas de tanta falação, ela convidou todas nós pra sermos madrinha, e a gente combinando cores de vestidos, nós tínhamos afinidade, carinho uma pela outra.
Durante o almoço combinamos a fantasia do ano vai ser o que gente? Malandrinha já foi ano passado, Carmelita, muito calor, Mulher Gato, seria bacana, mas caro demais, então sugeri ser Colegial, seria fácil achar os acessórios, todas de acordo, combinamos dois dias depois no mesmo ponto de encontro: Posto Nove em Copacabana.
No Saara encontrei tudo pra fantasia, me joguei nas lojinhas, fui de shortinho, blusinha de alcinha pra exibir as marquinhas do sol e rasteirinha, ainda levava uma garrafa pra bebericar uma aguinha, muito calor, muitos assovios, meninos mexendo, eu me sentindo toda poderosa, encontrei tudo, a saia tergal plissadinha, uma camisa de manga curta, um par de meias ¾, e acharia um tênis ou sapatinho que combinasse, achei também os acessórios da maquiagem, cílios postiços, prendedores de cabelo, confetes de estrelinhas pra pôr no corpo, no rosto, tudo comprado, missão dada, missão comprida...
No dia seguinte, acordei bem cedo, tomei uma ducha, espalhei hidratante de morango pelo corpo, tinha feito o cabelo, lisíssimo, reparti em dois pus as xuxinhas, colei as estrelinhas nas coxas, espalhei pelos braços, colei as meias ¾ um pouco abaixo dos joelhos, pus um shortinho curtinho por baixo, a blusa amarrada com um nó e uma bolsinha a tira colo, a maquiagem perfeita, unhas bem feitinhas, estava linda, uma morena linda mesmo, fui descendo a rua em direção ao Metrô da Tijuca, estação Saens Pena e ficava pensando se aquele ano seria diferente, se acharia um par, um homem pra chamar de meu, estava desesperada pra voltar a namorar, já tinha uns dois anos que havia terminado com Léo, estava sozinha por opção, mas quem sabe um amor de carnaval surge, olhei pro céu roguei pro universo, e também estava linda, de marquinhas de praia, não tinha sentido ficar sozinha.   
No ponto de encontro a Fê levou seu noivo, acho que ele teve algum receio de nos deixar sozinhas, ela era a mais lindona de nós, Dani teimosa, levou o celular, nunca levávamos, e  Carlinha com sua namoradinha, estavam um luxo: o cabelo de uma era roxo o da outra rosa...
Em outro ponto da cidade, Carlos num imenso ônibus de excursão vinda de São Paulo, umas coroas chatas, uns casais muito apaixonados, e ele lá sozinho, do lado dele uma velhota chata pra caramba que o perturbou de São Paulo ao Rio, ele já não sabia o que fazer se matava, mandava ela se calar, mas ele era um lorde, educado, polido, recém separado, estava meio triste, e só topou a viagem porque ganhou de presente de uma prima, que preocupada queria que ele se divertisse, saísse um pouco de casa...
Nossas fantasias eram o máximo, pediam pra tirar foto com a gente, no bloco de rua, a música alta, o batuque dos tamborins, sambamos feito loucas, ríamos dos espetáculos, da mídia, dos famosos que apareciam nos palanques nos trios, das fantasias dos outros, curtíamos com a cara dos machos em torno de nós, bêbados, chatos, todo ano a mesma coisa, de repente o celular da Dani chama, era seu marido, alguma emergência na casa dela, ficamos aflitas, preocupadas e ela teve que partir, naquele instante não havia mais clima, todas pra um canto, perdi a carona... fiquei só em plena zona sul, o trânsito todo modificado, tive que ir a pé até o local onde haviam ônibus ou táxi...
Descendo as ruas da zona sul, tanto contraste né? Tão diferente, até o ar mais límpido, marítimo, olhando os prédios, imaginando como devem viver os ricos? Os apartamentos enfeitados, eles olhavam pra gente cá em  baixo, o povo curtindo, acho que eles durante o carnaval se misturam entre nós, olhava pra cima e tentava adivinhar... passando pelo Hotel Glória, vários ônibus excursionais, alguém me chama, Ana é você ? Eu atônita, desperto das minhas divagações e me deparo com um homem lindo, na minha frente, alto e... é você? Parece que seu documento caiu no chão, eu hã... (pensava meu Deus obrigada, e aquele sotaque paulista...que delícia de homem) sou eu sim, poxa muito obrigada, estava distraída, e ria sem parar, feito doida, ele scaneando meu corpo, minha fantasia, fuzilava meu olhar, e eu paralisada, parecia um ímã, nossas mãos se encostaram, me entregou o documento, você está acompanhada Ana? Pensei em mil coisas... ele era do bem, tinha carinha boa, vou dar essa chance pra ele, e estava sozinha mesmo, associei ao fato dele estar hospedado no Glória e antes de responder perguntei de onde era, ele passaria uma semana no Rio, vinha de São Paulo com uma excursão, reclamava das companhias, de cara fui com ele, era engraçado... sem jeito... bem estou a pé até um táxi que me leve a zona norte, moro na Tijuca, se quiser me acompanhar até o táxi, andamos, ia apresentando a cidade a ele, contava toda história... íamos passeando, suas mãos nas minhas, eu deixei, e sorri pra ele, estava com uma garrafinha de água ofereci a ele, ele bebeu da minha saliva eu achava tão sexy aquela cena, durante o longo trajeto, avistamos um beco, e tínhamos que ficar ali, ali era o lugar onde o táxi passaria, de pé, mãos se acariciando, ele observando o beco, me beija, beijo suave, intenso, meu lábio inferior acariciando os lábios dele, que boquinha gostosa, escuto um Minha colegial gostosa... sentia um frêmito de prazer que percorreu meu corpo todo, ele me leva pro ponto estratégico de sua observação e me lança pra um muro que cobre a visão externa, eu deixava ele comandar, era sua, arriou minhas vestes, calcinha, short, com volúpia, com prazer, me colocou de frente pro muro, segurou minha cintura, puxava com força, ia pincelando, eu gemendo baixinho, preocupada, pôs a mão na minha boca, ia sugando enquanto ele comia, metia, anda vai, goza... ele vou gozar, eu espera, me abaixo pra tomar aquele leitinho gostoso, quente, limpando seu mel...ele carinhoso, me levanta, eu cuspo, outra cena sexy, minha cuspida, leitinho derramado...
Foi aí que nos beijamos, abraçamos, sem palavras, e resolvi levar ele pro meu mundinho, meu apto, ia revelando minha inteligência, independência, moro sozinha, num apartamento na Tijuca, vem comigo.
Pegamos o táxi, abraçadinhos, gozados, melados, beijamos feito casal que se conhece há tempos, era uma delícia seus bracinhos, fortes... na entrada do apto, uma escadaria em mármore, elevadores antigos, um boa tarde pro porteiro, e um convite entre, meu apartamento todo arrumadinho, decoração moderna, alternativa, ambiente jovial, confortável, cheirinho do hidratante de morango da manhã, uma bagunça dos acessórios espalhados e de sacolas,  das roupas que pus pela manhã, ia questionando ele, o que fazia, (doida pra ele me pedir em namoro), se ele tinha alguém, ia catando toalha pra ele, e conversando, você gosta do carnaval? Abri o chuveiro, aguinha fresca, liguei o ar no quarto, separei minha camisolinha, saí, voltei pro banheiro, me despi na sua frente, aquele corpo lindo, moreno e de marquinhas, dei um beijão nele, segurei sua mão, conduzi ao banheiro, a água pelo nosso corpo, peguei minha esponjinha, um sabonete líquido e delicada começo a dar banho nele, cuidando dele, eu planejando uma tarde de amor intensa com um pedido de namoro... afastava qualquer aproximação, queria acarinhar seu corpo, deslumbrar sua pele, conhecer meu futuro macho paulista... já cheirosos, lavados, relaxados, vamos pro quarto, geladinho, como esperado, coloco um blues no som, fecho as cortinas, um abajour , luz verde baixinha, visto minha camisolinha de oncinha cinza e renda cor de rosa, tinha um decote que apertava os seios, que deixavam os seios lindos de marquinha, coxão coradinho do sol e pelinhos dourados, arrepiados, exibia uma estrelinha tatuada na nuca e no ombro, deitei ele na parte superior da cama, minha cama, minhas regras,  nos beijamos mais e mais, que gostosa você é Ana... eu ria feito moleca, descontraídos, sem pressa, saí da cama, puxei uma poltrona e fiquei ali fazendo um showzinho exibida, de frente, me alisando, olhando ele, apertava os seios, e deslizei minha mãozinha no ventre, aberta, alisando a xotinha, atrevida, passei na língua no dedo e fui descendo deslizando minha saliva até ela, alisando o grelinho, todo meladinho, gostoso e voltava a provar... você quer amor? Ele senta-se na poltrona, eu de joelhos camisolinha acariciando suas pernas, lambendo com a ponta da língua suas coxas, e acariciando o membro duríssimoseios com a ponta dos dedos, passando pelo saquinho, e agora lambendo, de-va-gar, gostosamente provando, provocando, desci a alcinha da camisola, firmes, o biquinho batendo nas suas coxas, sensação gostosa, eu coloco seu pau entre os dois volumes dos seios, segurando firme, subindo, descendo, cuspindo pra escorregar, encaixados numa espanhola deliciosa, ele gemendo, eu provando da babinha na ponta da glande, passando minha linguinha, cuspindo, ouvindo um ...vai... não para, caralho...uns gemidos gostosos... e um tesão que inebria a gente, entontece, levanto vou pra quina da cama, de pé, um joelho sobre a cama, descalça, ele agarrando meus seios, por trás, enroscando seus dedos nos meus cabelos cheirosos, macios, enfiando a língua na minha orelha, falando um monte de coisas gostosas, minha colegial, minha putinha, e pincelando, provocando ao máximo, e eu na dança, no ritmo das suas provocações, sinto seu membro, grosso, duro, penetrando minha xotinha macia, apertada, ele entrando, aos poucos pra não machucar, ia enfiando, eu já em urros, quase choro em súplica de um... mete vai... convalescente das suas torturas, ele vai com tudo, eu reta no seu membro, ele percorre suas mãos pelo meu corpo, fodendo, metendo, estocando, socando, gozo bem rápida, sem querer que pare, ele sente que gozei, mando ele continuar... tenho orgasmos múltiplos pra você amor...e um novo gozo, olhos fechados, corpo entregue, molinho, me deito na cama e sinto ele por cima, continuo reta, pernas juntas e ele se enfiando, chupando, mordiscando meus seios, a sensação daquela posição... o ir e vir do seu membro dentro de mim, um êxtase, levanto e fico de quatro com a cabeça no travesseiro, empinadinha, toda sua, bem melada, ele enfiando, comendo tudo outra vez, insaciável, tarado...gostoso...e um gozo lindo, um banho, sentindo seu esperma denso, quente pelo meu corpo... que cena...que lindo!
Ficamos assim, estagnados, parados, exaustos, depois arrumei um lanche, conversamos à mesa, tanta intimidade, ouvi toda a sua história e ele a minha, combinamos em quase tudo, e um convite de namoro, que rolou naturalmente, éramos muito intensos juntos e não poderíamos deixar que aquele dia morresse e juramos juras de amor eternas... e prometemos nos reencontrar... e durante todo o carnaval, nos víamos, namoramos e dormíamos abraçados, grudados...


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7 de nov. de 2015

Amo tres gestos teus…



Amo três gestos teus quando, senhor,
me incendeias do teu próprio fogo.
Te serves do meu corpo, minha boca
sorves na tua, me penetras…
És poderoso, vivo, estás feliz.
Mas depois disso cada minuto é meu.


Giosi Lippolis


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