7 de ago. de 2012
31 de jul. de 2012
25 de jul. de 2012
24 de jul. de 2012
22 de jul. de 2012
Menina e moça
Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.
Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem cousas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.
Outras vezes valsando, o seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.
Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir as asas de um anjo e tranças de uma huri.
Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.
Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.
Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.
Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando-se talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.
Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!
Ah! se nesse momento, alucinado, fores
Cair-lhe aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar de teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.
É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!
Machado de Assis
©
21 de jul. de 2012
20 de jul. de 2012
19 de jul. de 2012
18 de jul. de 2012
17 de jul. de 2012
16 de jul. de 2012
Sensuality - Mel Arias
Sensuality - Mel Arias from Yei-DsiGn on Vimeo.
15 de jul. de 2012
Quero Mais - Caio F. Abreu
"Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados.
Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu.
Quero domingos de manhã.
Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro.
Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa,
o desejo que escorre pela boca
e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."
Caio F. Abreu
Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu.
Quero domingos de manhã.
Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro.
Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa,
o desejo que escorre pela boca
e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."
Caio F. Abreu
Você - Afonso Henriques de Guimaraes Neto
Você
as mulheres mais belas habitam você fragor do mar nos vulcões do meio-dia espuma lunar a flutuar fotografia que o sonho grava no invisível (você vestida em nuvem violeta, você e um gato branco de patas azuis, você fugindo nua pela praia do infinito, você dançando o som do violino-pensamento, você de olhos de surpresa com o peixe pulsando nas mãos, você, você) aprender você intacta liberdade amor é saber leveza no centro da tempestadeAfonso Henriques de Guimaraes Neto
Rasgando o céu.
2012 Raytheon Award Video from Jersey on Vimeo.
Panties
Face to Panty Ratio (2011) from Richard Kern on Vimeo.
13 de jul. de 2012
28 de jun. de 2012
23 de jun. de 2012
22 de jun. de 2012
20 de jun. de 2012
18 de jun. de 2012
16 de jun. de 2012
9 de jun. de 2012
8 de jun. de 2012
Moral abreviada
Uma nuca de loura e de graça inclinada,
Um colo que arrulha, belos, lascivos seios,
Com medalhões escuros na mama afogueada,
Esse busto se assenta em baixas almofadas
Enquanto entre duas pernas para o ar, vibrantes,
Uma mulher se ajoelha – ocupada com quê?
Amor o sabe – expondo aos deuses a epopéia
Singela de seu cu magnífico, um espelho
Límpido da beleza, que ali quer se ver
Pra crer. Cu feminino, que vence o viril
Serenamente – o de efebo e o infantil.
Ao cu feminino, supremo, culto e glória!
Paul Verlaine
©
6 de jun. de 2012
1 de jun. de 2012
29 de mai. de 2012
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