No escritório....
Eu sei o que se passa por aí.
Assim como você me rastreia quando estou na rua e sabe exatamente o momento que pode dizer algo mais...
Você está sozinha no escritório. Só você, revistas, o computador e todo um mundo seu girando na sua cabeça.
Abriu a internet, checou seus e-mails. Nada urgente: propagandas, mensagens sem noção, deletou parte, passou o resto para a pasta "a ver depois", onde esses e-mails ficam para a posteridade, sem serem jamais abertos.
Abriu os sites de notícias, as mesmas manchetes de sempre. Sozinha no escritório com seus pensamentos. Pena... justo agora que está totalmente só. O técnico de computador passara na parte da manhã, deixou instalada a câmera e ajustado o microfone.
Agora poderia ser vista e ouvida.
Aquele seu diabinho te toca: agora poderia falar tudo para ele... e sem correr o risco de invasão no escritório e ter que interromper ou disfarçar uma situação.
Uma navegada sem rumo pela net não preenche o vazio. Entrar na Rede Social não agrada mais. Mesmo porque, você olha aquilo e se sente fora da cena. Apenas vendo algo que soa como de um universo inatingível.
Mas você sabe que esse universo existe. Está lá, escondido em segredo dentro de você...
Ah!... Se o encontro acontecesse agora, se você estivesse Online agora.. Já tem tudo na cabeça pronto, não é? Alguma conversa amena, até que pouco a pouco nossos olhares na câmera começam a mostrar um certo brilho, você começa a trair seus desejos com aquela sua típica mordiscada nos lábios depois de cada frase.
A música suave de fundo, (Sexual Healing), previamente escolhida está lá. Você olha bem frente à câmera, e faz sua provocação:
- Deixa te mostrar algo...
Afasta-se para que todo seu corpo apareça na imagem. Faz um sutil meneio de corpo, deixando os cabelos soltarem-se pelos ombros.
Botão... a botão, vai abrindo teu vestido. Olhos fixos na câmera enquanto o vestido desliza pelo teu corpo, saindo de cena.
Em cena agora a primeira surpresa: o teu corpo está um conjunto de lingerie negra. Transparente, ousada...
Um soutien meia-taça que realça o arfar de teus seios, não esconde o eriçar dos biquinhos que denunciam teu estado. A calcinha é minúscula. Obviamente, uma fio dental, que você adora usar, quando não fica sem. Virando-se - com requintes de perversidade, você faz questão de mostrar... - exibe como ela some nesse derriére, que acentuado pelos sapatos de saltos muito altos, fica ainda mais delicioso.
Completando, com requintes de uma sensual malícia, o clássico corsellet, sustentando as meias rendadas 7/8. Você executa sua dança de sedução com aquela música ao fundo.
Vira-se de costas e solta lentamente, sempre ao ritmo sensual, o soutien. Volta-se e exibe os seios, que massageia carinhosamente.
Novamente de costas, acentua os movimentos do quadril. É a vez da calcinha, sustentada por aquelas delicadas alcinhas terminadas em frágeis nós, que você desamarra. Sempre com lentidão... Soltos os nós, o corpo da calcinha cai, mas a base fica presa, dentro de você, que pouco a pouco a puxa até que também ela saia de cena.
Vira-se mais uma vez de frente. Saltos altos, o corsellet e as meias negras, mas sem calcinha e soutien.
Está vestida, mas está nua!
A mulher séria compenetrada do cotidiano há muito deixou o escritório. Agora, reina no palco a cortesã.
Pena que a qualidade da transmissão das operadoras de internet seja ruim. Não consegue mostrar tua pele arrepiada. Não consegue exibir a umidade que abunda entre tuas coxas.
Mas pouco importa. Mesmo porque, imagens reais e imaginárias, nesse caso se completam. Você sabe que passou bem sua mensagem ousada, sente que há do outro lado uma rígida ereção te desejando. E pensar assim, agora que é uma plena devassa, te excita. Muito...
Criar estas cenas te fez divagar mais. Teu imaginário voa longe, te levando a uma de cena de entrega total, num pleno desvario onde toda a tua sensualidade aflora.
Inclusive certos aspectos que estavam dormentes há anos. Aquela você, que você mal sabia que existia, apareceu...
Telefone tocando.
Você cessa o vôo e atende. Para variar uma operadora de telemarketing querendo te empurrar um novo plano de celular. Você despacha.
O telefone quebrou o encantamento, te trouxe de volta a realidade..
Bem, roupas na corda.. Ande! Você tem coisas a fazer agora, pendências a resolver. Cadê a água?!
Mexa-se!
Depois te encontro Online.
Você já preparou seu roteiro.
Quero te achar pronta...
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