20 de jun. de 2016

Beijos Molhados










Beijos molhados, lambuzados de orvalho,
minhas mãos em seus seios,
minhas pernas entrelaçadas,
com suas pernas embaralhadas.

A respiração ofegante,
o gosto de vinho, tinto e rascante,
janelas abertas, é tão doce o pecado.

Rasgar sua blusa, libertar os seus seios,
espremê-los de anseios.
O seu ventre suado é chama que aquece.
O seu cheiro, o seu cheiro...
Embriaga e enlouquece.
A lua enxerida espiona, é claro!

Abafar seus gemidos, ocupar os espaços,
é tão forte o abraço.
Olhar nos seus olhos, perceber o delírio,
perceber as narinas dilatadas, desejos...
Deixar gravado em seu corpo
minhas marcas, meu nome;
nos seus ouvidos, segredos,
coisas bem indecentes.

Uma parte de você diz não!
Mas a outra se entrega,
não nega que gosta de me sentir abusado
por todos os cantos e lados.
Pois eu sou o veneno que alimenta o seu corpo,
pois sou eu quem sacia
a sua inquietude tamanha,
pois só assim você sossega,
adormece, sonha e esquece a dor.




Naldo Velho


©



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