16 de mai. de 2014

A língua


A língua, do teu esbelto pescoço
extasiada
desce...
desce aos poucos aos mamilos
intumescidos
onde permanece demorada
e esquecida,

para logo mais abaixo
se passear
na morna maciez humedecida
do teu fruto que se entrega
devagar
entre espasmos involuntários
e gemidos

Tão pouco as mãos se aquietam
nesta azáfama de dar
e descobrem
o final e o princípio
necessário
para a onda do teu corpo
rebentar

E o mel na minha boca agridoce
qual veludo
flutua...

Minha língua sobe
até à tua boca e o meu corpo cola-se
exausto e tanto mais faminto
à tua pele... alva
e nua

©Alvaro Giesta


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