23 de set. de 2011

A camisola negra





Negra,
sobre a pele se faz transparecer.
Negra,
camisola que a mim te mostra.

Pele na pele.
e o desejo posto a nascer.
Deitada à espera, pronta, exposta.

Tecido que cede
O que, então, era amostra,
Agora é entrega!

Início de refrega,
Em luta de amor,
Corpos se doam.

Sensações indomadas!
Reações animais!
Dois seres naturais!
Grunhidos, gemidos!
Eriçados pêlos!

Línguas e dedos.
Tatos e fatos.
Sabores e olfatos.
Gula, ...tesão!

Negra,
a negra pele se perde.
Jogados ao chão...
Nus... corpos nus...
Rolam!
Fome, desejo, paixão!

Carnes quentes,
Desejos ardentes,
Febre fervente,
Louca penetração!

Vira e revira,
Assume nova visão.
Incontida, a carne delira.
Úmida, molhada,
pronta em união.

Entrega, doma, deleita.
Novamente um corpo se deita.
Chama, lambe, toca e afaga,
Faz-se, da noite de amor, a maga.

Deitada no chão à espreita
A transparente negra pele.
Descansa enfim o fervor.
Da sonhada noite de amor!


Marcos Woyames de Albuquerque

©


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